This clook never seemed so alive

Piscou com calma, sorriu abertamente e olhou fundo nos olhos dela. Os olhos castanhos brilhavam e o cabelo ruivo acastanhado balaçava doce e fluído ao vento daquele fim de tarde de sexta feira. Tinham passado a tarde toda com amigos e sempre se notavam, dois anos saindo juntos com amigos e sempre havia aquele interesse desconhecido. Ah eles eram lindos juntos e todos sabiam. Menos eles próprios.
Ela já tinha sonhado com ele, já tinha imaginado os dois ali, em um clima além do "quer-mas-não-quer", já tinha se imaginado com ele de mãos dadas, no parque, andando e rindo bobos, já tinha imaginado no quarto dele jogando video-game, tentando ver quem durava mais tempo em algum jogo no estilo de Call of Duty ou Counter Strike. Já tinha se imaginado segura nos braços dele enquanto o queixo dele estava no topo de sua cabeça e ela só ficaria ali, segurando-o firme pelo tronco como se de alguma maneira ela pudesse mantê-lo no abraço para sempre enquanto ele em um gesto protetor tinha seus braços envoltos nos ombros dela, mantendo sua cabeça recostada em seu peitoral reto e nu. Ela já havia perdido a conta de quantas vezes se pegou imaginando sendo namorada dele.
Ele queria amor. Era duro como uma pedra mas queria mais que tudo um amor... Um amor não. Não era qualquer amor, ele queria o amor dela e somente o dela. Perdeu noites em claro pensando nela vestida com seu moletom, que ele sabia que era um vestido nela, enquanto ela estava sentada em seu colo, roubando-lhe selinhos enquanto ele lhe fazia cócegas -- coisa que ele sabia que ela odiava. Sorria com esses pensamentos e as vezes se pegava pensando, completamente distraído, e observando-a de longe e pensando em quando ela seria sua, quando finalmente poderia ter os beijos dela para si. Quando ela seria só dele e de ninguém mais porque ele já pertencia a ela por completo: seu corpo, seu coração e sua alma viviam dançando na mão dela...
O rapaz sorriu mais abertamente e deu um passo à frente, o coração dela acelerou em alguns montes, passou a mão por seu ombro e lhe puxou, as palmas das mãos suaram, grudou seus corpos e ela sentiu a pele alva e nua do tronco dele, o perfume misturado com o cheiro de cigarro que ele naturalmente tinha, o coração de ambos chegou na velocidade máxima, ela passou os braços na cintura dele e as mãos se separaram, uma parou no final da coluna e a outra em diagonal quase nas omoplatas, ele inalou o perfume dela que era um tipo de adocicado cítrico e passou a mão pelo rosto dela, bem de leve e a puxou. Grudou os lábios em sua testa, ao lado da franja longa e ruiva que cobria metade do olho esquerdo e manteve-os ali por alguns instantes que pareceram a eternidade. A garota o abraçou com mais força e ele retribuiu o abraço, logo depois soltando os lábios da testa dela e sorriu largamente, meio bobo, quando se separaram.
Se entreolharam mais algumas vezes e parecia que aquele momento nunca mais acabaria....

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