I may never sleep tonight

Acordara no meio da noite, mais uma vez. E era pelo menos a décima vez só naquela semana e não era nem ao menos o quarto dia da semana e ainda faltavam algumas 2h para que tivesse de acordar verdadeiramente. Tinha parado de tomar café antes de dormir pensando que era isso que vinha causando suas insônias e os refrigerantes noturnos também. Leite quente tinha sido adicionado e massas e suco de maracujá também porque supostamente isto lhe faria ter mais sono e não lhe deixaria tão acordado durante a madrugada. Vinha tentando dormir cedo e mais outros diversos métodos mas nada lhe curava a falta de sono e vinha pensando em transferir todas suas necessidades para a noite já que apenas a tarde sentia sono mas ainda tinha o receio de que se ele transferisse, possivelmente ele passaria a sentir sono de manha e não iria querer dormir a tarde. 
Quando acordava de madrugada ia até a janela para poder fumar seu Marlboro a vontade ao som do mar que atingia a areia que se encontrava com a calçada de concreto logo do final da rua onde sua casa ficava. O cachorro ficava sempre em silêncio aguardando qualquer manifestação que fosse do mesmo... Mas ali estava ele, sempre refletindo muito sobre sua vida enquanto soprava a fumaça cinzenta para o alto. Suas mais recentes reflexões se deviam ao quão desiludido ele estava com sua existência. A semana vinha se tornando um fardo em suas costas com tantas "pedras" que lhe apareceram ao longo da mesma, o que fez com que ele parasse de acreditar em tudo o que acreditava. Ainda tinha um pouco de fé em reliigião, mas após tudo  que lhe ocorrera, ele tinha dado uma cessada na fé que possuía e passou a acreditar apenas no que via. Sabia que não era certo, mas as coisas pareciam tão erradas que não conseguia ver um certo no meio de tantos erros, não conseguia sentir um pingo de esperança dentro de seu coração já anteriormente congelado e que parecia se soldar em gelo cada vez mais e mais e isto lhe destruia as esperanças, destruia os bons sentimentos e os desejos de amor que lhe haviam. 
Ele nada mais era que uma crosta vazia entupida de sentimentos confusos e  difusos que se mexiam e se misturavam cada vez mais sem sentido do que anteriormente....

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