I know my wounds are sewn because of who you are

Menina que cresceu, que amadureceu, que se desenvolveu bem. Que se via no espelho todos os dias e ficava se perguntando quem era, o que faria se tudo o que planejou desse errado, o que seria. Tinha a sensação de que todos à sua volta já tinham percebido o momento e crescido, exceto ela, que ainda sentia a alma segura nos braços da adolescência que queria mas tinha medo de largar. Queria conhecer o mundo a fora, ser independente, inconsequente, louca, queria ser uma lenda.... mas a vida de amadurecimentos que vinha lhe assustava, lhe tirava toda aquela segurança que ela tinha anteriormente do que faria no futuro. Sabia que amadureceria mais cedo ou mais tarde, mas estava apavorada com a possibilidade de não ser a tempo, de que passasse tempo demais até que ela amadurecesse e finalmente reconhecesse quem era ou o que faria. O tempo lhe daria as respostas, isso era certeza, mas sua paciência não lhe permitia esperar tanto e o medo de que as respostas viessem tarde demais ainda lhe atormentava de modo absurdo.
Não gostava da ideia de que seu emocional lhe predominasse as decisões porque este sempre lhe atrapalhou as decisões, mas sempre brigava consigo mesma, sempre estava brigando consigo mesma por nunca se sentir suficientemente boa para o meio onde se encontrava existindo. Mas cada vez mais se abalava e se chocava contra si mesma, sempre que algo se partia por fora uma ferida era aberta por dentro e lá ia ela, mais uma vez costurá-la como se não houvesse nada de errado. 
E assim ia crescendo, assim ia amadurecendo: respirava fundo e ia, porque conforme o ar invadia rudemente seus pulmões, sua briga interna se arejava e as coisas pareciam entrar em paz por pelo menos alguns instantes.

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