A day to remember

Admito ter medo. Morrer de medo. Temer mais que tudo, ser tudo o que um dia eu menos gostei, tudo o que eu menos gosto na humanidade. As vezes me observo, me comparo com tudo o que eu era há dois, três anos atrás, eu era alguém naquela época. Eu era uma garota fria, um tanto quanto inescrupulosa, que não se importava com várias coisas e que funcionava completamente no esquema do "ligue o foda-se e seja feliz" e parecia que eu me magoava menos com as coisas, parecia que eu me decepcionava menos e parecia que eu me importava menos. Ou eu talvez apenas demonstrasse menos e fazia com que eu me convencesse de que nada mudaria, me convencia que eu não precisava, que eu não me importava.
Mas de repente, eu olho, e vejo que, agora, a beira dos 16 anos que sempre sonhei minha vida inteira, que eu pareço não ter sido tão diferente de tudo aquilo que eu desprezava. Garotinhas fúteis que vivem de sonhos, que vivem apenas para encontrar o amor de suas vidas; sentimentais, magoam-se por qualquer coisa que é discordada de si; mimada... Parece que as coisas que eu acreditava se perderam em algum lugar no meio da tragetória. 
Não digo que passei a viver apenas em prol de encontrar o amor da minha, mas eu passei a querer encontrar alguém com quem compartilhar minhas emoções, meus momentos bonitos, carinhos, segredos e contagem de estrelas. Passei a me magoar mais facilmente, a querer coisas impossíveis e talvez surreais, enquanto pessoas passam o tempo todo me dizendo que existem sonhos mais baixos, mas muito mais próximos do que estou vivenciando. Passei a querer coisas, mais do que eu queria anteriormente, e passei a bater o pé para conseguí-las, fazer tentativas insistentes de conseguir o que quero até que me deêm um motivo plausível para parar de tentar...
E com a lista se estendendo, passa a vir o medo de que eu me torne tudo o que eu mais desprezava, tudo o que um dia eu disse que não seria igual, tudo o que um dia eu espantei de minha mente, para que nunca mais voltasse...

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