Projeções, idealizações e um brinde à nós

Me lembro perfeitamente, eu estava na sexta série e era afim de um garoto do segundo colegial. Eu tinha 12 e ele 16. Era simples. Como também era simples o fato de que eu e as minhas amigas da época ficávamos observando as garotas do segundo e do terceiro daquele ano e dizíamos: Que inveja! Será que quando eu tiver a idade delas serei tão bonita assim?
Sétima série e ainda imaginávamos, oitava continuávamos imaginando, mas haviam algumas de nós que não tinham mais essa esperança. Dois anos se passaram e nada. Dois anos se passaram e nos tocamos de que não éramos mais que nós mesmos, na esperança de ficarmos como garotinhas fúteis e que são supostamente perfeitas. Então eu paro e penso, o que é isso? Quer dizer, nós idealizávamos que quando chegássemos no médio, estaríamos em um patamar de beleza muito diferente, mas então agora que finalmente chegamos ao tão desejado segundo ano, aos 16 anos, não vemos nada do que idealizávamos. E assim nota-se: era apenas uma projeção. Era apenas a projeção de um ideal que todos deveríamos seguir e que fazia com que nos tornássemos obsecadas por essa ideia de ser magra, alta, de cabelos claros, com os mesmos lisos, corpo perfeito, sorriso escultural, beleza simétrica(...) E quatro anos se passaram e eu paro para pensar que nunca foi nada além de uma projeção, e imagino também que existem pessoas, que agora estão na sexta série, que nos idealizam também, que questionam-se dizendo "Será que um dia serei tão incrível/bonita(o) quanto ela(e)?
E bem verdade vos digo, nada disso passa de uma idealização por alguém em quem nós devemos nos espelhar, mas o que mais valhe é que devemos brindar meus queridos colegas, por termos chegado onde chegamos. Então ergam os copos meus amores, nós merecemos...

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