You know you drive me up the walls...

Te vi aquela hora por acaso. Parou ao meu lado, com aquele perfume gostoso me inebriando e me fazendo ter altos delírios dentro de minha própria mente. Nunca tinha visto uma garota daquelas e nem achava que ia ver alguma outra vez. Um diabinho que caminhava por ai sem escrúpulos e sem dó de um pobre coitado tolo que fosse que torraria toda a conta bancária pouco avantajada que tinha só para satisfazer aquele diabinho de salto fino e vestido vermelho longo que vinha pela festa, seduzindo todos os que se faziam presentes ali. Aquela criatura era uma encarnação de Lúcifer para criar a tentação na vida de nós, meros mortais indefesos.
Não via a hora de levar essa garota para longe dos olhares alheios, mas também não pagaria um, dois ou quantos drinks fossem para ela porque sabia que quando eu menos esperasse, ela me pisotearia sem o mínimo escrúpulo possível. Só a observaria de longe por algum tempo para poder me aproximar com calma daquela criatura aparentemente inspirada em algum modelo humano do classicismo grego.
Horas, minutos e segundos iam e vinham e eu já começava a ficar impaciente no milésimo Martini que chegou à minha mão. Os tolos não paravam de se aproximar e eu não iria me aproximar agora. Eu não seria outro tolo à cair na mão daquele sexy diabinho.
Não sei o que se passou nos instantes seguintes, mas ela decidiu se aproximar de mim e me pagar um drink, me chamando para sair daquela festa porque os saltos estavam lhe cansando o pé. Pelo tipo de mulher que parecia ser, o diabinho com certeza não estava com os pés cansados, só queria mesmo uma desculpa para satisfazer sua aparente fome de prazer físico, considerando a vozinha gostosa e sussurrada que usou para falar ao pé de meu ouvido.
Levei-a pela mão para meu carro que a impressionou e a ouvi sussurrar outra vez no meu ouvido, com a mesma voz de antes, enquanto desfazia minha gravata borboleta
“Espero que me possa me surpreender tanto quanto seu carro.” Ela estava me provocando, ela não valia nada.
“Você não vale nada garota, já te falaram isso?”
“Não tão diretamente quanto você.”
“Devo levar isso como algo bom?”
“Se você calasse a boca seria ótimo.”
Eu estava certo ao pensar, o diabinho realmente só queria prazer para si mesma, independentemente do tolo que fosse lhe dar isto...
Por horas nos agarramos no banco de trás do meu carro e em momento algum me arrependi, mas quando acordei, percebi que atrás de toda aquela face sacana, sorriso cínico e olhar semicerrado e provocativo, o diabinho tinha uma expressão doce e angelical enquanto dormia.
E por mais piegas que fosse, eu queria aquele diabinho pra sempre na minha cama...

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