Sempre quase

Sempre quase, nunca o melhor ou o pior, sempre quase. Sempre apenas mais um. Mais um erro, mais um acerto, mais um medo, mais um sei lá o que... Talvez o mais sem sentimentos, talvez o melhor com palavras, mas nunca suficientemente bom entre vários. Talvez seja um erro concreto, talvez seja um erro que não tenha mais condições de ser consertado que vive corroendo e corrompendo internamente de todas as maneiras possíveis. Entendo por erro como algo ruim, entendo por quase como algo que não será, algo que não é. Algo que poderia ser mas não chegou a ser. Aquela linha tangencial, aquela linha que raspa, passa, toca mas não fica. Sempre apenas mais um...
Cada vez mais lascinante e dolorida, afinal, é um quase. É o poderia ter sido mas não foi. Mais uma vez o quase que vem para me assombrar como há confortável tempo não vinha... Parece que cada vez mais vou afundando, caindo em um vazio interno que pareço disfarçar tão bem que ninguém vê. E parece que cada vez mais vou caindo, e mesmo quando estou completamente caída, quando já cheguei ao fundo do poço, finalmente parece que alguém viu o quanto me afundei. Mas quando viram, já era tarde, eu já não podia mais contar mais com ajuda, tinha que sair sozinha. Mas bem verdade, parece que a melhor opção agora é se afogar logo de uma vez nesse vazio tão sem fim em mim.

Comentários

  1. Ah , mas as pessoas raramente enxergam , estão muito fechadas em seu mundo fútil .
    E gostei da ideia do quase , nunca havia pensado dessa forma ..
    Mas uma hora os quases dão lugar a uma certeza , podes crer (:

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