Feliz dia das crianças

Quando era pequena gostava de bichinhos de pelúcia, principalmente ursos e coelhos para que pudesse apertá-los a vontade quanto mais fofos fossem, melhor, mas seus dois favoritos eram um gorila gordo e pequeno e um husky siberiano de olhos azuis inquisitores que ela apertava mais que sei lá o que. Um de seus passatempos era dactilografar na máquina de escrever do pai e desenhar plantas de casas, mal feitas, mas bem infantis, que provavam toda sua criatividade em imaginar uma casa no formato de uma tulipa ou de uma barra de chocolate tamanho gigante. Escrevia histórias sobre comidas falantes e adolescentes de 16 anos que dialogava com tais. Tinha uma quantidade pequena de amigos, inclusive dois melhores amigos por quem mataria e morreria. Batia e chorava, sempre assim. Batia com muita força, encrencando-se com pessoas o dobro de seu tamanho e chorava quando alguém zombava de seu jeito.
Era frágil e do mesmo jeito como era frágil, manteve a fragilidade interior e agora é esta que vos escreve agora. Pois bem, crianças crescem e se tornam adultos, mas algumas, que são as que mais merecem nossa admiração, são aquelas crianças que quando se tornam adultos, mantém a mesma essência infantil que cativa todos ao redor. Então, feliz dia das crianças, aos que cuidam das crianças, aos que salvam crianças, aos que as ouvem e aos que mantiveram toda sua essência infantil durante sua vida.

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