Far away, waste away tonight

Respirou fundo e pensou que era hora de parar de afogar as mágoas, que era hora de sair e entornar uma garrafa de vodka e shots de tequila com os amigos falando baboseiras com muita música alta. Estava pensando se ainda fazia sentido sofrer por mágoas que nunca se resolveriam. Por mágoas que a única coisa que lhe valiam eram as sensações de estômago esmurrado...
Era a hora de largar todas aquelas mágoas afogadas e sair.
Mil e um apetrechos de maquiagem abandonados no armário em baixo da pia de mármore branco do banheiro. Iria usá-los naquela noite, mas com o quê? Precisava escolher que roupa usaria para depois pensar na maquiagem que faria.
Passando cabides e mais cabides percebia que era inútil ter um armário entupido de roupas bonitas quando uma não combinava com a outra. Demoraria para decidir algo que servisse. Sabendo que demoraria, começou a imaginar milhares de possibilidades de combinações de roupa e maquiagem, percebendo que se achasse qualquer coisa branca seria muito útil pela infinidade de maquiagens que poderia fazer. Isto é, se ainda se lembrasse como fazer uma maquiagem decente depois de três meses sem nem encostar em maquiagens e só sair para comprar um café na padaria que ficava na Avenida a quatro quarteirões de sua casa e depois retornava. E sempre ia de jeans velho, gasto e rasgado nas pernas e alguma camiseta bem velha, também gasta. Geralmente alguma que tenha desbotado e ficado cinza... Mas agora, observava seu guarda roupa, entupido de coisas, mas sem nada suficientemente bom para usar naquela noite.
Deveria ter passado uma hora que estava procurando e finalmente decidiu pegar a primeira coisa que vira de decente. Um top, uma regata larga branca de uma de suas bandas favoritas um shorts jeans e uma sandália. Estava ótimo já. Faria uma maquiagem colorida básica e estava pronta para ir. Felizmente unhas estavam feitas... É, não faltava muito para estar pronta.
Prendeu o cabelo como há muito tempo não fazia e fez a bendita maquiagem. Salto, roupa, celular e bolsa. Pronto. Sua amiga iria lhe levar, mas na volta iria de táxi pois não queria ficar dependendo. Queria apenas beber até suas pernas não lhe aguentarem. E era exatamente isto que faria pois tinha em mente que este era o único jeito de largar mão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crônica de Halloween

Oh, fuck it

Velho violinista