Alimentos

Venho me alimentando de cafés amargos como emoções babacas, chicletes que possivelmente me abrirão um rombo no estômago mais cedo ou mais tarde e de filosofia barata que me preenche o cérebro desocupado. Aprendi a conviver com minha amargura, que supera a amargura do café que costumo preferir adocicado por canela ou chocolate e o chiclete perde o gosto e tem que ir pro lixo, não dura, dura menos que o café que vai embora bem rápido até. Mas bem vejamos, ainda me sobra a filosofia barata. Aquelas conversas banalizadas de porta de bar que nunca acontece no bar mas que sempre dizemos ser de porta de bar. Uma música qualquer com uma quantidade exagerada e exacerbada de gritos acalma a alma e destrói a filosofia barata. Aquela filosofia barata que apóia emoções babacas que só atrapalham a vida só que todo mundo fica n'uma admiração cretinamente grande com isso. Aquelas apoios falsos moralistas, aquela cara de santidade estampada no capeta e hipocrisia propagada com gosto e emoção em ondas longas e gordas que se espalham entre todos. Venho me alimentado de desapego também, de solidão acompanhada, de pseudo-alegria, de conformidade e daquele sentimento de "Ano Novo, vida nova" que abate a quase todos nós nessa época do ano. O apoio falso moralista e a santidade estampada nos capetas vem fazendo mais efeito que nunca e headphones vem salvando a existência. Venho me alimentando de sentimentos que sempre julguei desnecessários mas que se tornaram base de minha existência e venho sobrevivendo sendo alguém que jurei que nunca seria mas que aqui estou eu sendo exatamente isso... 

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