Far away, far away, waste away tonight

Dê um lado: apertava aquela foto ao peito e suas lembranças ao coração. Lágrimas não fugiam de seus olhos, mas tudo lhe apertava ao peito. Distância e uma certa dor. Não de perda, mas de saudade. A primeira carta deixada em 1º de Maio dentro da mala do outro tinha lhe cortado o coração de dor. Do outro lado: a carta lhe doía o peito mas ainda lhe fazia sonhar sem tanto ardor naquela parte sensível de seu corpo junto à seus pulmões. Queria ter feito mais, muito mais do que apenas dar-te um beijo de despedida. Queria ter tido-a mais uma vez bagunçando os lençóis daquele apartamento que cheirava à novo mesmo que o relacionamento não fosse tão novo assim. 
Sempre aproveitava as manhãs que acordavam juntos e as noites que dormiam juntos e agora, seis meses mais tarde após aquele 1º de Maio, os lençóis pareciam mais frio do que quando foram recém colocados após a compra dos mesmos. Quis comprar um flor pra quando voltasse mas não teeve como. A planta não resistiria a 3 meses dentro de um vaso para mais 12h de viagem em um avião...A última carta veio em 28 de Abril do ano seguinte. Parecia um pergaminho de tão longa que era. Estava manuscirta com diversas citações e finalizava:
"A nossa musica mais tocou, mas sempre pudemos nos virar do jeito que pudemos da maneira que pudemos" 
Foi as lágrimas pela primeira vez naqueles 11 meses e 28 dias pelo assunto e aguardou na ansiedade pela data 1º de Maio daquele ano -- exatamente um ano após a partida do noivo -- e na madrugada foi para o aeroporto o esperar. Aguardou ansiosa tentando ler u livro que parecia uma bíblia por um período aproximado de 2h30. Quando virava 4h da madrugada de 1º de Maio segurou o livro com força esquecendo-se de marcar a página e correu para os braços de quem tanto amava, que largou a mochila e as quatro malas que trazia ali e a pegou nos braços, erguendo-a do chão e dando a chance de beijarem-se como se não houvesse amanhã. Como se tudo fosse voltar a rotina de antes em apenas alguns minutos...

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