Feeling this

E eu sentia tudo. Sempre senti tudo da melhor maneira o possível, sempre os interpretei da maneira mais bonita e carinhosa que eu poderia interpretar. Cada abraço, cada beijo, cada carinho, tudo era calma e cuidadosamente analisado pelo meu cérebro que se atordoava a cada vez que você chegava àquela distância perigosa de mim. Cada palavra sendo dita baixo perto do meu ouvido, quase que em sopros, e eriçando cada pêlo da minha nuca e dos meus braços... Sempre traziam aquele arrepio gostoso que só nós dois conhecíamos. E você sempre me segurando com seu braços -- maiores que os meus em vários sentidos -- contornando minha cintura com firmeza e eu com a cabeça na sua clavícula e os braços enlaçados em seu pescoço. Ah e você ficava rindo de leve no meu pescoço e isso me trazia mais uma vez aquele arrepio gostoso. E sempre foi assim, eu sempre senti tudo o que você me fazia, cada toque, cada abraço. 
E quando você ficava passando os dedos de leve na minha nuca quando eu estava quase dormindo de cabeça baixa? Dava uma certa agonia e eu sempre falava pra você parar, mas eu nunca disse que não gostava dos carinhos que você fazia porque eles eram bons e eu sabia que você fazia isso pra provar o quanto você me amava, do mesmo modo que quando eu passava o canto da minha unha comprida pelo contorno da sombra que sua orelha fazia na sua pele e descia de leve até sua nuca. Você sempre odiou isso porque te dava arrepios, mas eu sempre amei fazer isso e esse era um dos jeitos que eu demonstrava que te amava.
Nós nunca fizemos planos, mas era assim entre nós. Não precisávamos fazer planos para dizer o quanto nos gostávamos, o quanto precisávamos um do outro e pra falar sobre as saudades que sentíamos quando um de nós ia viajar e o outro ficava aqui na cidade. Porque por mais que não parecesse, nós éramos feitos um para o outro, sempre fomos....

.....Esses éramos nós. E agora fico deitada na cama, vendo filmes com pipoca [nosso programa clichê favorito de dias chuvosos] e vendo as fotos que ficaram espalhadas na bancada depois de tudo. Porque nós éramos feitos um para o outro, e por mais que as coisas não tenham sido perfeitas entre nós, ou não tenham acabado perfeitamente. Nós fomos perfeitos um para o outro, e é isso que sempre importou...

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