I guess that it is what it is...


Te encarei naquela outra tarde da maneira mais feliz que eu poderia ter encarado. Tinha decidido te encontrar para cuspir todas as palavras que me estavam entaladas na garganta porque nunca pude te dizer e que estavam me fazendo mal. Antes de tudo, antes que essa conersa fique muito estranha e nós dois deixemos de saber o porque de estarmos aqui eu vou começar sendo muito sincera, o mais sincera que posso da maneira mais sincera e errada o possível. Sim errada. Sou quase sempre errada então minha sinceridade vai ser extremamente errada. Sincera, mas bem errada como sempre sou.
Eu te amo.
Sim, eu falei sim. Eu te amo. Te amo como nunca amei ninguém antes e amo do jeito que nunca mais vou amar alguém. Essa é minha parte sincera, agora vem a parte errada: eu te amo do jeito que eu amo outros. Conheci um cara outro dia no metrô e ele me encantou. Ele era perfeito. Eu me encantei muito por ele, pela educação dele, pelo cheiro e estilo dele. Ele é incrível.
Olha, não fica bravo com o que eu to te falando. Eu sei que incomoda, mas eu tenho que falar, tá entalado demais pra segurar mais na garganta isso.
Eu não me apaixonei de novo.
Eu disse que me apaixonei mas não me apaixonei de verdade. Eu disse que tinha outros amores também. Sim, esses eu tive. Pode ser dificil pra você acreditar, devido as circunstâncias de onde saímos, mas eu tenho admiradores sim. Tem infinitas moças com mais admiradores que eu, mas eu tenho meus admiradores. Me pediram pra namorar três vezes desde que começamos a nos falar, duas eram a mesma pessoa, mas eu não aceitei.
Na primeira não aceitei porque ainda te amava muito. Tu tinha virado meu vício e eu não tava fazendo a mínima ideia de como era viver sem ti. Mas é, deu pra sobreviver bem. To bem até agora. Bem entre aspas na verdade. Ainda tô me sentindo meio sem norte e patética. Tá ai mais uma parte errada, mas to sendo sincera contigo. 
To me sentindo patética porque sempre achei aquelas meninas que falam que o namorado delas é a vida delas e elas não vivem sem eles mas agora to sendo quase que nem elas.
To vivendo bem, mas ainda só to vivendo. Tô sobrevivendo até que bem. 
Ainda odeio falar que te amo, mas vou falar mais uma vez. Eu te amo. Da maneira que nunca amei e nem nunca amar, mas ao mesmo tempo que te amo, amo outros. Outros dois, eu acho. Próximo mês serão outros e prosseguirá assim até sei lá quando.
Tu tá batucando os dedos, tá ficando bravo com o que eu to falando. Mas só ouve mais uma coisa e eu paro de vez e tu pode ir e não olhar mais na minha cara se não quiser. É só mais uma coisinha, realmente. Já ouviu coisa pior, pode ouvir isso agora e depois vai embora. 
É que eu não vou colocar a culpa em ti, nem nada. Só vou falar que isso tem nexo, apesar de tudo. Tô sobrevivendo até que bem e procurando o carinho que não tenho vindo de você, que era o que eu mais queria, eu to indo procurar com outras pessoas que me deram mais atenção.
Pronto. Agora pode ir. Já acabei tudo o que eu tinha que te falar e nem precisa se preocupar porque como te chamei, eu pago a conta.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crônica de Halloween

Oh, fuck it

Velho violinista