Time has changed...

Faço o tipo criança: rolo na grama, me inspiro na lama, brinco de ciranda e finjo que o mundo é rosa. Nuvens e doces me compõe e quero ser adulta logo. Mas então eu vejo que ser meio criança é bom. Via outras crianças colocando o dedo na boca mas agora, 12 anos mais tarde, vejo que ainda colocam. Mas notavelmente em outro sentido muito ambíguo. Acho que não pertenço a essa época, me mantenho insegura de tudo, não sei se confio, se confio será que confio demais, se não confiar o que ocorre?, é tudo muito comum, mas to sentindo falta de ser criança.
To lembrando de quando eu não entendia o mundo. Tinha um sorriso bobinho sempre pregado no rosto porque era feliz assim mesmo sem muitos dentes. Os olhos tinham um brilho diferente do de hoje e era fácil ver uma felicidade exalando de cada poro do meu pequeno-nem-tão-pequeno ser. Quis ser grande logo, quis crescer, ter a idade que eu idealizava para todos personagens que eu criava, queria ser grande e tudo aquilo que eu via na televisão porque parecia bom, porque parecia que seria perfeito. Era a idealização. Maravilhosa utopia infantil que me afetava muito mais do que doces e bichinhos de pelúcia. Quatorze anos mais tarde e então a idealização chegou. De que mudou? 
Mudou. Claro que mudou. E mudou muito. 
Mas mudou pra bom? Mudou pra ruim? Mudou no quê?
Mudou eu. Eu mudei e é quase possível dizer que não me reconheço mais. Nada mais se assemelha e as coisas vem se confundindo. Difundindo-se difusas enquanto ideais se partem e se reconstroem em outros moldes. Possivelmente está tudo errado, mas o errado vem parecendo bom e o certo vem perdendo seu eterno encanto...

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