Placebo

Você me era um estranho que surgiu assim do nada, por acaso, sem que eu quisesse, num dia útil de semana ensolarado de um outono qualquer. Um rosto que não tinha nada demais – não era o mais lindo, mais atlético, mais rockeiro, mais gostoso, mais simpático...
Simplesmente nada que realmente fosse a ser notado -- e que provavelmente por não ter nada demais além de uma expressão que não acho algum dia ter visto em outro alguém. Prendeu minha atenção uma vez em que meus olhos se direcionaram aleatoriamente à seu rosto e reparei que sua atenção estava fixa em minha direção. Eu, tão sem jeito então, tinha você me observando da mesma maneira que eu, encantada lhe observava.
Minha paixão platônica de duração de um mês, posso afirmar que és um consolo para esse meu coração partido e sem jeito que vagueia por ai sem projeções futuras. Não me és um vício. Não por enquanto e não pretendo que um dia seja. És apenas um placebo, injeção de soro para alívio imediato enquanto alguma outra medicação não tem efeito ou não me surge. Sinto em dizer querido, meu placebo temporário, és um que passa e em breve terá partido quando eu encontrar outro placebo, ou quem sabe então, uma cura definitiva para esse meu coraçãozinho, enquanto o mesmo reconstrói-se por completo...

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