10h20 e

ali estavam todos em uma sala abafada, aprendendo um conteúdo novo de literatura com cargas depressivas ao extremo. Todos chorando com um texto que Pedro Bial escreveu em homenagem a morte de Bussunda, dizendo o quanto a morte é irônica e como muitas pessoas que não deveriam ter ido, foram. Era possível criar um rio com todas as lágrimas que começaram a fugir dos olhos dos alunos apartir do segundo slide da apresentação que continha o texto. Era caótico o momento, todos choravam, tirando uma meia dúzia considerada mais fria do que deveria. E ali estava uma pessoa entre as poucas que não choravam. Ergueu os óculos de armação vermelha e olhou ao redor, todos em lágrimas. Seria ela muito fria ou o texto pouco tocante para ela? Talvez muito fria e um pouco desumana, por ver tantas lágrimas e não sentir nenhuma presa em sua garganta ou até mesmo em seus olhos. Mas ao virar para o lado e encarar um alguem, sentiu todas a água de seu corpo querer se tornar lágrimas. Alguem que ela tanto valorizou e se apegou estava ali, perto e mais longe do que o possível. Por isso lhes digo, leitores, frieza é relativa...

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