Você me pegou com um “oi”
Sim, quem conhece, me perdoem...quem não conhece, me perdoem
mesmo assim. O título desse texto foi sim uma tradução livre do título de uma
música. Estou a ouvindo, enquanto escrevo, preciso mencionar a música, pois sem
ela, a ideia para esse texto simplesmente some.
Some porque instantaneamente quando essa música começa a
tocar, consigo imaginar várias e várias cenas que gostaria até de fazer um
clipe para a música, aliás, consigo imaginar exatamente como ele seria, porque
vivi esse clipe, talvez até saiba como o compositor se sentia ao escrever os
versos.
Sinto saudades. Até coisas ruins da vida como
acordar cedo se tornavam boas, me aliviava o peso pela metade, o peso dos
problemas, mesmo que os resolvesse sozinho, sabia que não estava sozinho.
Aliviava o peso das coisas boas também. Alguém não vive de conquistas sozinho,
pois não há com quem compartilhá-las, não há com quem comemorá-las. Não sobra
absolutamente nada. Você precisa de uma substituta, me diziam, mas não se substitui
algo único. Podem haver coisas melhores, piores, mas iguais nunca, e é
exatamente por isso que é tão especial, e é exatamente por isso que tive que
pegar o título emprestado, porque esse era o toque especial. Não foi necessário
que dissesse nada, fizesse nada, e mesmo que dissesse ou fizesse, era
desnecessário, porque eu já estava completamente abraçado em toda a situação.
Claro que não seria tão especial se você assim não estivesse, mas
aparentemente, pelo menos praquele momento, a música valia pra ambos, e isso
também é fator para ampliar o quão especial era. Não sei se posso tratar isso
como um texto, como uma crônica, talvez deva chamar de carta, mas esquecendo
esses paradigmas bobos, isso é, acima de tudo, um obrigado, se não pra ti, para
o que ou quem quer que tenha feito com que nossos caminhos se cruzassem, ao
menos em uma pequena (mas sensacional) parcela da minha existência com esse
nome e corpo. Não vou dizer adeus, a realidade é dura, e fujo disso há tempos.
Talvez seja mesmo hora de dar adeus. Mas somente quando eu realmente for mais
forte. Talvez quando eu me impressione com algo tão sensacional quanto o que
passamos. Talvez nessa hora, sim, seja cabível um adeus. Por ora, até logo, e
obrigado.
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